Ceará desenvolve primeira vacina vegetal no mundo para combate ao vírus da dengue.

Foi produzida por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) a primeira vacina de origem vegetal no mundo, segundo divulgou, nesta sexta-feira, 18, a assessoria da Uece. 

De acordo com a professora Isabel Florindo Guedes, bioquímica responsável pela pesquisa, o processo é totalmente pioneiro: “até o momento nenhuma vacina no mundo tinha sido produzida à base de planta”. A nova tecnologia deverá combater os quatro tipos de manifestação do vírus da dengue, incluindo o hemorrágico. 

O feijão de corda (Vigna unguiculata) foi o vegetal utilizado no procedimento para produção de antígenos para combater o vírus da dengue. No processo, os cientistas injetaram genes do vírus na planta, a qual desenvolveu as proteínas anticorpos capazes de gerar as defesas do organismo. A partir daí, os antígenos foram isolados, podendo então ser aplicados em forma de vacina. 

De acordo com os pesquisadores, uma única planta pode gerar até 50 doses de vacina. Os resultados obtidos por meio de testes em camundongos foram positivos: os animais passaram a produzir anticorpos protetores contra a dengue. O próximo passo é iniciar testes clínicos em seres humanos. 

A Uece protegeu a pesquisa por meio do seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), através de depósito de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Neste momento, o NIT e a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (Redenit-CE) estão trabalhando na transferência desta tecnologia para o mercado, a fim de que a vacina possa ser produzida em escala industrial.
Piauí tem déficit de 6 mil professores na rede estadual
Para solucionar o problema a alternativa imediata é contratar 6 mil professores substitutos.


As vagas para professores efetivos nas disciplinas de física, inglês, química e matemática dificilmente são preenchidas totalmente e esse déficit deve persistir mesmo após o início do período letivo na rede estadual, marcado para a próxima segunda-feira.


Para solucionar o problema a alternativa imediata é contratar 6 mil professores substitutos, que deverão ser redistribuídos por todo o Estado. Segundo avaliação da Unidade de Gestão de Pessoal da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) o problema começa na formação dos professores, já que os alunos têm dificuldades para concluir esses cursos.


“Há turmas do curso de licenciatura de física ou química, por exemplo, que iniciam com 40 alunos e só concluem com cinco ou seis pessoas naquele curso escolhido”, explica Marilene Lima, diretora da Unidade de Gestão de Pessoal da Seduc. Dentro dessa perspectiva, a demanda e oferta nunca serão equilibradas.


O que apóia essa conclusão são os próprios dados da Secretaria. No último concurso público realizado em 2009, para professor da rede estadual de ensino, foram ofertadas 3.455 vagas, no entanto, apenas 1.230 candidatos foram aprovados. O caso é tão grave que em alguns municípios do Estado não houve sequer um candidato aprovado.


Para não prejudicar o calendário letivo de 2011, a Seduc já vem tratando do assunto. “Esse processo já se iniciou com a realização da semana pedagógica, no dia 7. 


Foram selecionados os aprovados no teste seletivo realizado em 2010, cujo edital foi prorrogado para 2011, sendo convocados os aprovados por ordem de classificação. Dessa forma, acreditamos que não haverão prejuízos para o ano letivo”, esclarece Marilene Lima.


Os professores contratados dentro da condição de substituto devem receber de acordo com a carga horária. Para aqueles com 20 horas semanais, o valor é de R$ 646,71. Já para os de 40 horas, o valor será de R$ 1.255,75. Esses valores, de acordo com a diretora da Unidade de Gestão de Pessoal da Seduc, estão baseados no piso-salarial da classe.
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Profissional de Química fala um pouco mais sobre a profissão
Além da área industrial e petrolífera, quem faz este curso pode ainda atuar na área de licenciatura e pesquisa investigando novas substâncias e processos
10/02/2011 - 07:39


 A profissão exige atenção e cuidados(Fotos: Acervo pessoal)
A química é a ciência que estuda a matéria, sua composição e transformação e está presente em praticamente todas as atividades humanas, tornando a profissão, a mais vasta área da ciência e do conhecimento e uma das mais amplas em termos de campo de trabalho.
O químico Antônio Carlos dos Santos, que atua na profissão há mais de 20 anos, conversou com o Portal Infonet sobre a profissão, o porquê de ter escolhido-a, vantagens e desvantagens para quem pretende seguir essa área. “Acho que tenho perfil, pois tenho a meticulosidade, a introspecção, a curiosidade, a inquietação em pesquisar e saber os por quês de como as coisas funcionam. O desejo de transformar, modificar, criar coisas novas e melhores são as principais características de um químico”, disse o profissional, que atua na Petrobras, como químico petrolífero.
Dia a dia a Profissão

O químico ressalta a segurança como um dos fatores de risco da profissão
Sobre o dia a dia da profissão, ele explica que “No meu trabalho tenho várias atribuições, as quais vão desde a construção de um poço de petróleo até a sua entrega produzindo óleo e gás com qualidade, passando este por diversas fases bem específicas onde à participação de um químico é imprescindível, inclusive na manutenção de sua via útil e até ao abandono quando este não for mais comercialmente viável".
Dificuldades 
Para ele, as dificuldades são diversas, principalmente quando se fala de segurança, visto que os acidentes envolvendo químicos vem crescendo nos últimos tempos. “Segurança gera custos numa empresa, o que pode torná-la um fator risco. Cabe aos órgãos da profissão[CFQ/CRQ’s] fiscalizar, proteger os trabalhadores e a sociedade”, ressaltou.
Mercado de trabalho
Pelo fato do químico atuar em praticamente todos os ramos do trabalho humano, afinal ele deve estar presente desde em uma empresa de cosméticos, passando por manufatura/processamento de alimentos, medicamentos (química fina), petróleo (todas as fases), petroquímica, aeroespacial, agroindústria, metalúrgica, indústria daguerra, serviços e saneamento, etc, seu campo de trabalho é vasto e promissor. Além da área industrial e petrolífera, quem faz este curso pode ainda atuar na área de licenciatura e pesquisa investigando novas substâncias e processos.
Para quem deseja seguir a profissão
Em Sergipe, a Universidade Federal de Sergipe oferta anualmente vagas nos cursos de Quimica Industrial, Química Bacharelado, Química Licenciatura e Engenharia Química. No Instituto Federal de Sergipe(IFS), oferta o curso técnico em Química. Dentre as instituições particulares, somente a Faculdade Pio Décimo oferta o curso de Engenharia Química.

Tabela periódica interativa dos elementos químicos.

tabela periódica interativa dos elementos químicos é um aplicativo para computadores que foi projetado para servir como mais uma ferramenta de aprendizagem seja para estudantes que estão começando agora ou mesmo aqueles que estejam obtendo graduação em Química, podendo ser usada durante as aulas ou distribuída para os alunos gratuitamente.


Você pode fazer download gratuito das versões para seu computador com Windows ou Mac OS X – clique no seu sistema operacional para baixar. Ou se preferir, pode executar diretamente através do seu navegador, clicando aqui.
Para qualquer uma das versões, é necessário ter o Java instalado.

Químicos disfarçam hélio de hidrogênio para testar teoria quântica


Químicos disfarçam hélio de hidrogênio para testar teoria quântica
Por ser muito mais pesado, o múon fica 200 vezes mais perto do núcleo de hélio do que o elétron que ele substituiu, efetivamente anulando a carga positiva de um dos prótons presentes no núcleo do átomo. [Imagem: Adaptado de Nature.
Em um verdadeiro feito de alquimia dos tempos modernos, cientistas forçaram átomos de hidrogênio a aceitar um átomo de hélio como se fosse um deles e até mesmo a reagir com ele.
Átomo híbrido
O "átomo híbrido" se faz passar por hidrogênio e se comporta quimicamente como hidrogênio, mas tem quatro vezes a massa do hidrogênio normal, autêntico.
Isso vai permitir que os cientistas verifiquem experimentalmente como a massa atômica afeta as reações químicas entre os elementos - algo que a teoria diz que pode ser calculado com as equações da mecânica quântica.
Um átomo de hélio consiste de um núcleo, contendo dois prótons positivamente carregados e dois nêutrons, rodeado por dois elétrons, com carga negativa.
Um átomo de hidrogênio tem apenas um próton e um elétron.
Donald Fleming e seus colegas da Universidade de British Columbia, no Canadá, conseguiram substituir um dos elétrons do átomo de hélio com um múon, uma partícula que é muito mais pesada do que um elétron.
Hidrogênio superpesado
Por ser muito mais pesado, o múon fica 200 vezes mais perto do núcleo de hélio do que o elétron que ele substituiu, efetivamente anulando a carga positiva de um dos prótons presentes no núcleo do átomo.
O elétron restante, desta forma, se comporta como se estivesse orbitando um núcleo com apenas um próton, assim como o elétron de um átomo de hidrogênio.
Mas a diferença é substancial: esse núcleo é 4,1 vezes mais pesado do que o normal.
Fleming e seus colegas usaram este "hidrogênio superpesado" para testar os efeitos da massa sobre as taxas com que ocorrem as reações químicas.
Um átomo de hidrogênio individual pode formar uma nova molécula de hidrogênio roubando um dos dois átomos de uma molécula de hidrogênio que já exista.
Mas, para que isso aconteça, deve haver energia suficiente para quebrar a ligação que mantém coesa a molécula já existente, certo?
Não exatamente. Ou, pelo menos, nem sempre.
Tunelamento quântico
Segundo a mecânica quântica, nem sempre é necessário passar por cima dessa barreira de energia: em vez disso, as partículas podem simplesmente "tunelar" através dela.
É aí que o "falso hidrogênio" se torna interessante: a mecânica quântica também diz que, quanto mais pesadas forem as partículas, mais difícil será para tunelar através delas - assim, a reação de troca de pares entre o átomo de hidrogênio solteiro e o par molecular deveria ocorre com muito menos frequência.
E o que poderia ser melhor para testar a mecânica quântica do que a reação de troca do hidrogênio - esta é, a rigor, a reação química mais simples que existe.
Para fazer isso, contudo, os cientistas precisavam de um terceiro hidrogênio, um hidrogênio ultraleve.
Eles conseguiram um substituindo um próton em um átomo de hidrogênio por um antimúon, o equivalente de antimatéria do múon - o átomo resultante chama-se muônio.
Então, foi "só" fazer os experimentos e comparar os resultados.
Ponto para a mecânica quântica
Os resultados mostraram que a incidência de reações com o hélio disfarçado foi a mais baixa, seguida do hidrogênio normal e, por último, do hidrogênio leve.
As taxas de reação bateram perfeitamente com as previsões teóricas feitas a partir dos cálculos da mecânica quântica.
O mais interessante é que isso era absolutamente inesperado.
Ocorre que a mecânica quântica não tem a pretensão de descrever as reações com tal precisão. Em um mundo de incertezas bizarras, os cálculos quânticos usam uma simplificação, chamada aproximação de Born-Oppenheimer, que supõe que os elétrons adaptam suas trajetórias instantaneamente em resposta a qualquer movimento do núcleo.
Isso é geralmente verdadeiro para os elétrons, que são quase 2.000 vezes mais leves do que os prótons. Mas não necessariamente tal comportamento seria esperado para os múons.
Ou seja, a teoria parece ter-se saído bem melhor do que os próprios cientistas esperavam.
Assim, a forma como qualquer sistema físico se altera ao longo do tempo pode, em teoria, ser prevista a partir dos estados quânticos de suas partículas individuais.
A maioria das reações químicas envolve partículas demais para que seja prático ficar fazendo esses cálculos - mas os cientistas agora sabem que, se houver poder de processamento suficiente e dificuldade de realizar a reação na prática, os cálculos vão dar resultados precisos.

Unesp desenvolve novo curativo à base de sangue.


Em seu trabalho no Hemocentro do Hospital das Clínicas de Botucatu, a professora Elenice Deffune , da Universidade Estadual Paulista (Unesp), se incomodava com o grande volume descartado de plasma e plaquetas, dois dos componentes do sangue, para os quais há pequena demanda e prazo de validade baixo. Em 2001, ela começou a pesquisar sobre o tema para poder aproveitar esse material. E o projeto começa a se concretizar em 2010.

Foto: Divulgação Guilherme Gomes/Unesp Ciência
Centrífuga para a separação dos elementos
A partir das pesquisas nasceu uma linha de curativos bioativos, que interagem com a pele e criam um procedimento de cicatrização natural. São três os produtos desenvolvidos: a cola de fibrina, batizado de Biofibrin, o gel de plaquetas e o Gel Mix, que se destina a pacientes com feridas de difícil tratamento. O elevado poder de cicatrização é uma das vantagens dos novos curativos, que, além de recuperarem totalmente a pele machucada, também são de fácil aplicação.
Existem feridas crônicas, que demoram décadas para cicatrizar. Com o tratamento frequente e a ineficácia dos curativos disponíveis, muitos doentes acabam recorrendo a produtos caseiros. “Temos pacientes com doenças crônicas há 47 anos, que já haviam tentado de tudo. Quando passaram a usar nosso produto, conseguiram a cicatrização em 13 meses”, diz Mariele Gobo, enfermeira do Hemocentro de Botucatu.
Todo tipo de sangueTodo sangue coletado é separado em três partes: hemácias, ou glóbulos vermelhos, plasma (a parte líquida do sangue) e plaquetas (fragmentos de células que participam do processo de coagulação). As hemácias são as primeiras a serem utilizadas, o que não acontece com as outras, que permanecem congeladas. Se não houver aproveitamento após cinco dias, as plaquetas são descartadas; em um ano, o mesmo ocorre com o plasma. “A parte branca (plasma e plaquetas) não é muito coletada. Pelo menos 40% do volume vai para o lixo”, diz Elenice.
A produção dos cicatrizantes pode ser feita com qualquer tipo sanguíneo, já que o tipo está relacionado à parte vermelha do sangue (hemácias ou glóbulos vermelhos), que não é utilizada na técnica. Para pacientes que apresentaram histórico de rejeição a alguns tipos de sangue, os pesquisadores utilizam o tipo AB (que é receptor universal) ou O (doador universal).
Antes da fabricação dos curativos, o sangue passa por uma série de exames. Por meio deles é possível atestar a ausência de doenças como mal de Chagas, sífilis e hepatite. “Não aproveitamos sangue contaminado nem para o uso do próprio paciente infectado, já que pode haver contaminação dos instrumentos”, afirma a pesquisadora.

Foto: Divulgação Guilherme Gomes/Unesp Ciência
Doação de sangue
Chamado de Biofibrin, a “cola de fibrinas” possui formato e consistência de pomada. Em sua composição há grande quantidade de óleo de amêndoas doce, e em seu princípio ativo estão presentes proteínas do plasma humano. Ele é usado antes do processo de cicatrização propriamente dito, já que tem uma característica de “desbridamento”, que remove naturalmente os tecidos mortos da ferida, fazendo com que se preguem à gaze. O Biofibrin deve ser trocado diariamente e destina-se aos pacientes que precisam constantemente de curativos.
Apesar de sua eficácia, as pesquisadoras observaram que 25% dos casos não se resolviam com sua utilização. Isso fez com que fosse desenvolvido o segundo produto nascido das pesquisas. Chamado de gel de plaquetas, ele é usado quando as feridas não cicatrizavam com facilidade. Durante a produção, as plaquetas são “destruídas” e geram um “caldo” formado por mais de uma dezena de hormônios. Essas substâncias fazem com que “cresçam” vasos sanguíneos e pele na ferida, cicatrizando-a. O curativo tem efeito durante quatro dias e é totalmente absorvido.
Quarto produto a caminho
Diferentemente dos outros dois, o Gel Mix é um curativo que possui em sua composição plasma e plaquetas. A principal diferença é sua indicação: ele se destina aos pacientes com pequenas infecções.
As pesquisadoras também estudam outro curativo, que permanece em fase de desenvolvimento. Nele serão encontradas nanopartículas, liberarão os hormônios e outros princípios ativos de maneira gradual na ferida. Com isso, a troca do curativo não precisará ser feita com tanta frequência, como ocorre atualmente.
Os produtos já foram testados em aproximadamente dois mil pacientes das regiões de Botucatu, São Paulo, Brotas e Uberaba (MG). Desde 2008 funciona no Hemocentro de Botucatu um ambulatório destinado apenas a oferecer o tratamento aos moradores da região. “Até agora não encontramos nenhuma contraindicação nos curativos desenvolvidos”, diz Mariele. “Entretanto, quando o paciente tem uma lesão causada por tumor, não usamos o gel de plaquetas porque ele libera fatores de crescimento que podem aumentar o problema. Nesses casos, preferimos usar a cola”.
Segundo as pesquisadoras, os curativos foram eficazes em 85% dos casos. “Há ainda algumas doenças como o mal de Hansen (conhecida no passado como lepra), em que não conseguimos obter 100% de sucesso, mas a ferida melhorou muito”, afirma a professora.

Foto: Divulgação Guilherme Gomes/Unesp Ciência
Etapa da produção dos novos curativos
Outros biocurativos
Os resultados também foram satisfatórios na cicatriz pós-regeneração. Diferentemente dos produtos já disponíveis, os curativos bioativos não deixam coloração diferente no local da ferida e nem alteram a consistência da pele. Ao contrário: a interação do curativo fornece um grau de naturalidade à cicatriz. “Os curativos comuns se limitam a higienizar a ferida ou promover o conforto do doente. O nosso interage diretamente”, diz Elenice.
Ainda em processo de obtenção da patente, os produtos não estão disponíveis no mercado. As pesquisadoras querem oferecê-los ao sistema público de saúde por um preço baixo. Já foi feito contato com a Fundação para o Remédio Popular do Estado de São Paulo (FURP). O processo está em fase de análise.
Existem outros biocurativos no mercado, como o americano Regranex. Ele é feito à base de proteínas recombinantes (produzidas artificialmente), em que bactérias são “cultivadas” com os hormônios humanos de crescimento. Entretanto, diferentemente do Biofibrin, o Regranex é líquido e tem preço elevado.
Cientistas do IFSC (USP) buscam novo medicamento para combater a malária.



No Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, uma pesquisa busca novo medicamento contra a malária a partir do controle da produção de proteínas essenciais para a sobrevivência do parasita causador da doença. O estudo do professor Rafael Victório Carvalho Guido, em parceria com outros pesquisadores da USP, se encontra em fase de pesquisa básica. Ele está inserido no projeto do Instituto Nacional de Biotecnologia e Química Medicinal em Doenças Infecciosas (INBEQMeDI). O parasita Plasmodium, causador da malária, necessita de aminoácidos para viver, e esses aminoácidos são encontrados na hemoglobina, molécula do nosso corpo responsável pelo transporte de oxigênio. No entanto, para conseguir os aminoácidos, o parasita precisa, primeiro, digerir a hemoglobina e, quando isso acontece, a hemoglobina libera não só aminoácidos, mas também a molécula Heme, que é tóxica ao parasita, em altas concentrações.


Ao longo de sua evolução, porém, o parasita desenvolveu estratégias biológicas em que ele consegue reduzir a quantidade de Heme produzida, uma delas, é por intermédio da proteína Heme oxigenase (HO) que é muito importante para a sua sobrevivência. A pesquisa pretende inibir essa via que reduz a quantidade de Heme. A inibição da HO manteria elevada a concentração de Heme em níveis suficientemente tóxicos para eliminar o parasita.

No momento, o estudo de Guido encontra-se na fase de pesquisa básica, que inclui a descoberta do princípio ativo, que leva entre 5 e 7 anos. Até chegar-se a comercialização do medicamento final, é necessário um período maior, chagando a um total de 15 a 20 anos. “É preciso, primeiramente, conhecer o ‘inimigo’, descobrir seus pontos fracos para, posteriormente, atacá-lo”, explica. Para tanto, isola-se o gene que codifica a HO do Plasmodium para, posteriormente, colocá-lo em um bactéria, ou seja, em outro organismo.

Inibição:

A bactéria é capaz de produzir grandes quantidades da HO para que possamos estudá-la. Por fim, extraímos essa proteína da bactéria e isolamos para tê-la com alta pureza. “Conhecendo-se a estrutura 3D do alvo poderemos planejar pequenas moléculas que se encaixem no sítio ativo da HO e assim inibir a sua função bioquímica”, esclarece Guido.

De acordo com o professor, em 2010 o grupo de pesquisa conseguiu uma produção significativa de proteína e substância para trabalhar e desenvolver os estudos estruturais e de química medicinal. “Embora o objetivo final ainda esteja distante, ou seja, desenvolver um fármaco para o tratamento da malária, os avanços já conseguidos são bastante animadores”, conclui.

A malária é uma doença causada por parasitas do gênero Plasmodium. Esse parasita necessita do nosso corpo para sobreviver e entra no organismo pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, popularmente conhecidos como muriçoca, sovela, mosquito-prego ou bicuda.

Uma das estratégias atuais para o desenvolvimento de fármacos é saber como e onde o parasita funciona. “Procuramos alvos, ou seja, proteínas específicas, que são essenciais para a sua sobrevivência. Uma vez identificados esses alvos procuramos desenvolver pequenas moléculas que se ligam a ele alterando a sua função natural”, explica o professor.

“Estamos tentando identificar esses alvos e desenvolver essas pequenas moléculas para que elas se liguem com alta eficiência nos alvos para que, dessa forma, o parasita não sobreviva no nosso organismo.”

Assessoria de Comunicação
IFSC-USP