O AUTOR
José de Freitas Machado (1881-1955) formou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1903, iniciando sua carreira como químico no antigo Laboratório Municipal de Análises do Rio de Janeiro.
Em 1913 passa a professor catedrático de química inorgânica e analítica da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (ESAMV), antes mesmo da criação do curso de Química Industrial e Agrícola (1920). Sua presença no cenário da Química no Brasil estendeu-se até o ano de 1946, quando se aposentou pela Escola Nacional de Química, hoje Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de que foi o primeiro diretor (1934-1935).
Entre as realizações programadas para comemorar em 1922 o primeiro centenário da independência do Brasil, contavam-se numerosos congressos. Freitas Machado procurou então o superintendente geral encarregado da organização da comemoração, o engenheiro Miguel Calmon Du Pin e Almeida (1879-1935), sugerindo a realização de um congresso de química. Durante o Primeiro Congresso Brasileiro de Química, que Miguel Calmon pediu que organizasse, na sessão de 10 de novembro de 1922, foi organizada a "Sociedade Brasileira de Chimica" (1922-1951), Freitas Machado viria a fazer parte da primeira diretoria como presidente (1923-1924). Em seu discurso de posse, publicado no Jornal do Comércio, apontou as finalidades da nova sociedade, falou de associações semelhantes na Inglaterra, França e Estados Unidos, terminando com a frase "Esta associação não é de químicos brasileiros, mas de todos os brasileiros interessados em química". Na primeira sessão ordinária da Sociedade realizada em 12 de junho de 1923, o presidente anunciou o registro dos estatutos e a entrada da Sociedade como representante do Brasil na nova "Union Internationale de Chimie Pure et Appliquée" (IUPAC), sediada em Paris.
A partir da década de 30, quando começam a se formar os primeiros químicos provenientes dos cursos de química industrial, Freitas Machado se engajaria em uma nova luta, a regulamentação da profissão de químico, procurando congregar não só os novos formandos, mas, todos que até aquela data atuavam e eram reconhecidos como tal.
Em junho de 1952, foi agraciado com a medalha e o diploma "Honra ao Mérito" pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, por sua valiosa participação na criação e no desenvolvimento do ensino profissional da Química no Brasil.